Amamentação
Se você é mamãe gestante, e de primeira viagem, a primeira coisa que quero que você saiba, e que muita gente não fala sobre a amamentação, é que ela não é fácil. Pelo menos, não no início. Existe uma “curva de aprendizagem”, tanto a mãe, quanto o bebê vão aprendendo e se adaptando, então se você está com alguma dificuldade em amamentar, você não está sozinha, mamãe! Não é à toa que hoje existem inúmeras profissionais que atuam como consultoras de amamentação. Mas antes de sair pedindo socorro para a primeira profissional que você encontrar, vamos com calma.
É provável que, na maternidade, ou entre amigos, você tenha recebido algumas orientações em relação à posição do bebê, como deve ser a pega, como deve ser a sua postura, etc. Orientações são dadas para nos ajudar, mas às vezes, muita gente falando muita coisa no seu ouvido, pode acabar até atrapalhando. Então calma, o que nos ajuda no processo é que o primeiro instinto dos bebês quando nascem é o de sugar o leite na mãe, mas no início eles não sabem muito bem como fazer isso, e por isso precisamos ajudá-lo. Você nunca irá saber o quanto o bebê está ingerindo do leite, e isso nos causa uma certa aflição porque quando eles nascem uma das primeiras preocupações é se está se alimentando direito e ganhando peso.
Então vamos por partes, quais são os principais pontos de atenção em relação à amamentação?
1. Aprendendo a mamar
No início é normal que o processo da amamentação seja um pouco bagunçado, a boca do bebê ainda é bem pequena para pegar toda a auréola do seio, mas aos poucos é natural que ele vá aprendendo e se adaptando. Mas como você pode ajudar o seu bebê a aprender a mamar? Segure o seio com a mão fazendo um “C”, direcione a cabeça e a boca do bebê para o seio, procurando sempre fazer com que ele abra a boca o máximo que conseguir para poder oferecer o peito. Se achar que pode ajudar, aperte um pouco o mamilo para incentivar a saída das primeiras gotas do leite e fazer com que o bebê reconheça o cheiro e o gosto para querer mamar. Se ele pegar no sono, procure acordá-lo fazendo um carinho embaixo do queixo ou da orelha, para um maior aproveitamento da mamada.
Tenha em mente que o tempo de amamentação de bebês recém-nascidos varia muito. Não existe muita referência, por isso o ideal é que seja, “sob demanda”, em tese, se o bebê mamar sempre que tiver fome, será o suficiente para alimentá-lo o quanto precisa. O tempo depende de vários fatores, incluindo o apetite, a capacidade, e o jeito do seu bebê, até o fluxo do seio da mãe.
2. Seu bebê está ganhando peso?
O bebê deve passar por uma primeira avaliação de um pediatra em até 7 dias após a saída da maternidade, para avaliar a saúde geral e o ganho de peso. Dependendo de cada caso, o pediatra pode achar necessário prescrever uma fórmula para suplementação. Mas hoje em dia a linha de trabalho em geral dos médicos é no sentido de tentar acertar a amamentação materna, para que não seja preciso recorrer a fórmulas e mamadeiras. Até porque uma vez que o bebê acostuma com a mamadeira, que exige menos esforço que mamar no peito, pode acabar desmamando muito rápido.
Você provavelmente vai ouvir muito a frase: “Toda mãe produz e é capaz de fornecer o leite necessário para o seu bebê”. Na teoria, pode ser verdade. Mas quantas mães já não chegaram no pediatra com seu bebê com peso inferior numa idade em que ele precisa ganhar peso rápido? Quanto tempo você vai esperar para ele começar a ganhar peso? São muitas variáveis e riscos envolvidos, por isso a importância de uma avaliação médica de qualidade para o melhor direcionamento.
3.Cuide da saúde do seu peito
O seu peito vai encher muito e de repente, vai ficar sensível, e um bebê irá mamar nele, com bastante frequência, e possivelmente de forma meio desajeitada no início. É natural que o bico fique sensível e você sinta um pouco de dor. Você pode controlar a dor e evitar fissuras mantendo a pele bem hidratada, com o próprio leite materno. Se não for suficiente, um recurso bastante usado e sem contraindicações é a lanolina, um produto natural e cicatrizante, que irá ajudar a manter o bico intacto para que seu bebê possa continuar mamando sem prejuízos ao seu corpo. Aos poucos vocês vão acertando melhor a pega, e seu seio vai “acostumando”.
Mas não deixe de cuidar do seu peito, ignorando a dor. Se a dor foi intensa, se o bebê não tiver acertando a pega, procure ajuda. Tenha em mente que seu corpo tem um limite e se você tiver se sacrificando demais, uma hora ou outra seu bebê também sofrerá consequências.
O leite pode demorar alguns dias para descer. Mas quando descer, seus peitos vão parecer 2 bexigas – e vão ficar mais sensíveis. Ao mesmo tempo que o peite enche muito, o bebê ainda não mama tanto por vez…. isso sem falar dos casos de mães que não amamentam nos primeiros dias por alguma recuperação da cesárea, ou pelo bebê passar alguns dias na UTI Neonatal.
É muito importante que a mãe ordenhe e massageie o seio para evitar o empedramento do leite. Empedramento do leite pode gerar mastite, que é um risco sério que não deve ser ignorado. Normalmente a maternidade conta com uma equipe que irá orientar as mães nesse processo. Peça ajuda, se você não conseguir massagear sozinha – porque dói BASTANTE – peça que massageiem para você.
Não tenha receio de ordenhar e ficar sem leite para o seu bebê – o seu peito sempre irá produzir mais leite. E é conseguindo fazer o fluxo “girar”, seja dando de mamar, seja ordenhando, que o seu peito irá continuar produzindo. Se você ficar dias sem dar de mamar nem ordenhar, além do risco de mastite pode acabar parando de produzir e tendo que desmamar muito cedo.
O leite empedrou! E agora?
Está sentindo seu peito rígido, com o leite empedrado? Massageie-o bem e ordenhe o leite para ajudar a desempedrar. Água quente também ajuda a “soltar”, mas cuidado: não abuse da água quente pois ela também incentiva um aumento rápido da produção. Se tiver febre ou outros sintomas, procure um médico o mais rápido possível.
4. Amamentação ao longo dos meses
Por quanto tempo você irá amamentar deve ser uma decisão sua. Amamentação materna exclusiva até o 6º mês de idade é muito bom para o bebê. A partir do início da introdução alimentar, a amamentação começa aos poucos a passar do alimento principal para ser algo complementar, mas ainda continua muito benéfico. Decida até quando você vai amamentar seu bebê com base na sua rotina, na sua realidade, no seu estilo de vida e claro, nas necessidades do seu filho. Não decida com base em julgamento de terceiros, quem sabe da sua vida é você.
Tenha em mente que a amamentação vai passar por diferentes etapas. Seu bebê, ao longo dos meses, vai mudar a forma de mamar, o tempo de cada mamada, e tudo isso é normal. Quando ele começar a enxergar melhor e ter mais consciência do espaço em volta dele, passará a se movimentar mais, a observar mais. Quando você voltar a trabalhar ou começar o desmame, seu bebê também irá procurar mais seu peito e querer ficar mais tempo “agarradinho com você”.
Seu peito vai inchar bastante no início, precisando “drenar” o leite com frequência, mas ao longo dos meses irá se adaptando à necessidade do seu bebê. Você pode chegar a ficar com a impressão de que não está produzindo mais, que o peito está “murcho”, mas a verdade é que seu peito não estará mais estocando tanto leite, produzirá mais conforme a necessidade. Algumas mães acabam se frustrando bastante quando isso acontece, pois apesar de dar trabalho o peito cheio, há uma certa satisfação em sentir que tem bastante leite ali para o bebê. Mas essa redução é parte do processo, é natural.
Amamentar pode ser um fardo. Dá trabalho, deixa o bebê muito dependente da nossa presença, faz com que a gente acorde no meio da madrugada para atender o bebê, tem alguns casos que o peito pode machucar um pouco… É realmente uma doação da nossa parte, um ato de amor, e que no início, podemos sentir que não somos correspondidos, tem esse sentimento que é uma via só de ida.
Mas – nunca se esqueça – amamentar é também, um PRIVILÉGIO. Não são todas as mães que conseguem amamentar. E além do leite, da melhor qualidade possível, é uma das formas mais puras e reais de demonstração de AMOR. Você não está só dando o alimento, está também acalentando, dando segurança para aquele serzinho que se sente tão desprotegido e inseguro no mundo de fora do útero. Por mais difícil que seja, é algo que não tem preço.
O que as mães falam sobre amamentação
“A amamentação da minha primogênita foi mto difícil. Tive rachaduras nos seios, sangramento, leite empedrou, dores, mas nunca desisti. Sempre achei que o leite materno salvava o bebê de mtas viroses e foi assim com a Luísa. Já com o segundo, foi mto mais fácil.
Juliana
“Não tive leite suficiente e isso me deixou bem frustrada.”
M. Cristina
“Eu já estava preparada psicologicamente, pois tinha lido bastante sobre o tema, mas as primeiras semanas são muito difíceis. Primeiro dia em casa tive que voltar à maternidade, pois a bebê não estava mamando. Acho que temos que quebrar tabus e parar de romantizar certos assuntos da maternidade.
A responsabilidade fica toda por conta da mãe, as madrugadas são cansativas e solitárias. A mãe não pode sair de casa, pois o bebê precisa mamar. Não é à toa que muitas desenvolvem depressão pós parto.“
Camila Navarro
“Não consegui amamentar, meu peito não tem bico nenhum então eu ficava muito nervosa por não conseguir e o leite acabou secando”
Juh
“Rn com 15 dias e a amamentação parece não melhorar nunca. Fissuras e dores estão presentes nos primeiros minutos da amamentação, a cada pega errada uma fisgada, mas a força de vontade é maior que tudo para fazer dar certo. Seguimos na luta.”
Carol, mãe do João Pedro
“Frustrante, sofrido, dolorido, dificultou e trouxe um peso ruim nos primeiros meses de vida da minha filha e de mim como mãe. Se eu pudesse, voltaria atrás e faria tudo muito diferente!”
Carina Biacchi
“Nos primeiros dias não pude amamentar, o leite era vermelho e parecia sangue!! Depois fui tirando esse leite, até clareou e pude dar ao bebê! Muito sofrido mas valeu a pena, meu bebê tem 1ano e 4 meses e mama até hoje ! Só vou tirá-lo do peito qdo tiver 2 anos.”
Ivani aos 46 anos mãe de Vinícius
“Na primeira gravidez tive muita dificuldade com a pega, até que tive que procurar ajuda no banco de leite humano na cidade vizinha onde as enfermeiras maravilhosas me ensinaram a pega correta.
Já na segunda gravidez, com os ensinamentos da primeira, a pega foi fácil.”
A.E.P.
“No início foi um desafio mais depois se tornou algo que amo e sentirei falta”
Patrícia Caldas
“Foi mais desafiador do que a gestação. Pelo menos com a primeira, mãe de primeira viagem e não sabe muito bem como que é… Chorei, quis desistir, mas a vontade de amamentar sempre foi maior e graças a Deus eu conseguir e continuo conseguindo. A primeira amamentou até 1ano e 6meses em livre demanda e a segunda também mama em livre demanda e está com 9 meses.”
Rafa Carvalho
“Muito difícil.. Acredito que a maternidade é uma doação justamente por conta da amamentação.”
Camila, mãe do Lucca e da Marina
“Foi extremamente difícil, muito pior do que parto, acho que é uma parte que deveria ter sido estudada melhor, me preocupei com outras coisas e foi o que mais sofri”
Karine
“Minha primeira experiência foi muito traumatizante. Quando ela vinha mamar no quarto ia tudo bem, mas quando fui para casa, ela mamava, largava e dormia, mas passava pouco tempo e chorava novamente, mas chorava muito, até que levei ao pediatra e ele disse que minha filha estava passando fome, que meu leite não era suficiente, pediu para complementar com leite de vaca e ela ficou tranquila. Com os outros filhos já sabia o que fazer e foi mais tranquilo. Enquanto uma gêmea mamava no peito a outra mamava na mamadeira, na outra mamada trocava.”
Neide mãe da Daniela, do Caio, da Ana e da Beatriz
“Minha experiência não foi tão boa, pq tive pouco leite e tb amamentei até 3 meses.”
K.C.
“No início contei com uma consultora de amamentação, que fez toda diferença. Fizemos livre demanda e conseguimos nos adaptar bem no início. Agora com 1 ano, estamos passando um grande desafio que é o nascimento dos dentinhos e as mordidas. Sinto vontade de parar de amamentar, mas é só desespero mesmo.”
Mari, mãe da Teresa
“Tenho gêmeos e sempre foi meu sonho amamentar, todos falaram que era impossível amamentar gêmeos e que teria que complementar. Mas com uma força que olhando pra trás não sei se teria de novo consegui amamentar exclusivo até hoje com 1 ano e 4 meses. Além da privação de sono tive dor, mastite, leite empedrado… A amamentação ficou mais fácil depois de 6 meses só. Mas vale cada minuto saber que seu corpo consegue dar sobrevivência aqueles serzinhos tão pequenos.”
Jamily
“Sempre quis amamentar, fui a mãe que não levou chupetas para a maternidade e não queria nenhum tipo de bico até os 6 meses (rsrsrs). Foi muito difícil, meus seios machucaram nos primeiros dias e o meu bebê mamava dia e noite. Amamentei só com leite materno até os 4 meses. Quando voltei ao trabalho introduzi legumes e frutas. Amamentei até os 2 anos dele.”
Anônimo
“Experiência dolorosa.”
Anônimo
“Foi o que eu mais sonhei quando descobri que estava grávida. A amamentação não tem que ser um privilégio, ela é um direito. E se torna um fardo porque nos sobra informação sem qualidade na mesma proporção em que nos falta rede de apoio e que somos engolidas por uma “indústria do desmame”, por um mercado de trabalho machista, pela sexualização dos nossos corpos… no fim, amamentar é político.
Nas primeiras semanas eu pensava, de verdade, que meus mamilos cairiam. Ficou MUITO machucado, cada vez que meu filho queria mamar (às vezes em intervalos menores que 1h30), eu chorava a amamentação toda, não conseguia nem falar. Não fosse a bendita da “informação de qualidade” e apoio do pediatra e da família, eu teria desistido. Como teria desistido aos 3 para 4 meses, quando meu peito já não enchia e eu achava que estava seco e meu filho passando fome… até o.pediatra explicar que era só meu corpo adequando a produção à demanda dele. Também teria desistido quando voltei a trabalhar e precisei começar a ordenhar, e era conhecida na escola como “a mãe do leite”, pq eu era a única que levava leite humano ao invés de fórmula – muitas mães não sabem que seus filhos tem esse direito, e as escolas não dizem, porque requer muito mais cuidado que com a fórmula. Mas seguimos, graças ao apoio (mesmo eu sendo mãe solo) e informação, há 3 anos e 3 meses.”
Marília, mãe do Heitor
“Foi a melhor experiência da vida! Minha filha acertou a pega com 10 minutos de vida e mamou até 3 anos e 7 meses (desmamou por conta própria). Doei leite para o BLM do Ipiranga por quase 2 anos.”
Andréia, mãe da Ana Clara
“Na minha primeira experiência machucou bastante meu mamilo, já ná segunda não senti esta dor…”
Anônimo
“Amamentar foi maravilhoso pra mim. A sorte é que no meu primeiro filho tive o apoio total da enfermagem da maternidade. Uma experiência maravilhosa, cansativa mas inesquecível. Deve beber muita água e estar muito calma que dá tudo certo.”
Anônimo
“Amamentação ….. não tinha bico e não consegui amamentar, hoje meus filhos já estão com 35 anos e 30 anos. Saudáveis.”
Mamãe e vovó Marcia. (Mãe de Adriana e Eduardo ) vovó de Anthony.
“Na primeira tive um pouco de dificuldade para acertar a pega correta. Mas deu tudo certo. Posteriormente apresentou refluxo e tratamos. Na segunda foi mais fácil, também teve refluxo, mas mais leve. “
Raquel, mãe da Helena e da Laura
“Frustante”
Leticia P, mae da Helena
“No início foi difícil sim… importante ter o conhecimento para poder auxiliar pois teria desistido se não fosse a busca de melhoria. Dói, machuca, é muito cansativo, até exaustivo no início pois são muitas mamadas. E o interessante é que vamos nos conhecendo, adaptando e ficou tranquilo depois de 3-4 meses.”
Anônimo
“Difícil no início e em alguns momentos onde o bico rachava pelo frio do inverno, mas ao mesmo tempo, momentos especiais de conexão profunda com aquele serzinho tão especial e tão seu.”
Silvana, mãe da Mariana e da Maria Carolina
“Maravilhosa!!! Adorava amamentar… E estar com o bebê ali pertinho de vc”
Jussara Woellner Gollo, mãe de 3 tesouros; Bernardo, Frederico e Riccardo
“Foram muitas fases, algumas boas, outras bem difíceis. Muita insegurança, principalmente no ínício. Minha bebê ficou na UTI por alguns dias e por isso recebi orientação da equipe de lá mas era tanta informação que só me deixava mais confusa. Minha filha mamava por 5 minutos, às vezes menos, e capotava, não havia o que fazer pra evitar que ela pegasse no sono. Me falavam pra acordar ela pra ela mamar mais mas era impossível. Estava com muito medo de ela não estar ganhando peso. Quando fomos na pediatra, ela havia engordado bem!!! Saí de lá chorando de emoção. Foi aí que descobri que não era o tempo que importava, e sim estar ali e oferecer o peito pra ela sempre que ela precisasse.”
Mariana, mãe da Luísa
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