Licença maternidade e o retorno ao trabalho

Com a chegada do novo bebê, as mamães que trabalham precisam se afastar das atividades profissionais por um tempo. A Constituição garante às funcionárias registradas que se tornam mães, um período de descanso com salário pago, chamado de licença maternidade. Mas como é isso? A quanto tempo tenho direito de licença maternidade? Vou receber meu salário normalmente?

 

Regras da licença maternidade

Mulheres que trabalham e são registradas, têm direito a, no mínimo, 120 dias (aprox. 4 meses) de licença maternidade.

Empresas que aderiram ao programa do governo federal “Empresa Cidadã”, concedem 180 dias de licença maternidade às suas funcionárias. Porém, empresas que não aderem a esse programa, além da licença-maternidade de 120 dias, são, por lei, obrigadas a conceder a licença-amamentação, que garante à funcionária 2 pausas de meia hora por dia para amamentar até a criança completar 6 meses; mas que a mamãe pode trocar por 15 dias inteiros ao término da licença-maternidade.

Para as mães que trabalham com carteira assinada, o salário é pago integralmente pela própria empresa durante a licença maternidade.

Já mulheres que têm trabalho informal ou que são MEI devem negociar seu período de descanso com seus empregadores. Assim como mulheres que estão desempregadas, elas têm direito ao salário-maternidade pelo INSS desde que estejam contribuindo regularmente. Nesses casos, será preciso fazer o pedido pelo site Meu INSS.

 

Acabou minha licença maternidade – e agora?

Voltar ao trabalho após um período em licença para cuidar do bebê é uma grande mudança tanto para as mães quanto para seus bebês. Portanto, é natural que as mães se sintam aflitas e inseguras com a situação. Por outro lado, há também as mães que veem o retorno ao trabalho como uma recuperação da sua vida social, e anseiam por esse momento. E não há nada de errado com isso.

Mas o bebê pode estranhar bastante a mudança. Afinal, a mãe, que costumava ficar com ele durante todo o dia, inclusive dando de mamar, de repente, passa a maior parte do dia fora. O comportamento dele durante o dia pode mudar, assim como o sono à noite também.

Por isso, a melhor forma de gerenciar uma mudança grande como essa é se planejando com pelo menos 1 mês de antecedência. E ir procurando acostumar o bebê com períodos de ausência maiores da mãe.

Quem será responsável por cuidar do bebê na ausência da mãe? O pai? Os avós? A babá? Ou ele irá para a escolinha?

 

Situação nr. 01 – O bebê ficará com os avós, ou alguém de confiança dos pais

Geralmente se o bebê fica com alguma pessoa da família quando a mamãe volta a trabalhar, é uma das situações mais fáceis de administrar. Assim, é provável que a pessoa que será responsável por cuidar do bebê já conheça e tenha contato com ele desde as primeiras semanas de vida.

Quando chegar próximo ao fim da licença da mãe, o ideal é que essa pessoa já comece a passar mais tempo com o bebê para que ele já acostume. Se o bebê ainda está com aleitamento materno exclusivo, é importante já ir introduzindo o leite (que pode ser o próprio leite materno armazenado) através da mamadeira ou copo. O bebê pode levar um tempo a se acostumar.

Uma das grandes vantagens de ter uma pessoa próxima cuidando do seu bebê é a facilidade na comunicação. Procure orientá-la de todas as formas possível a respeito do comportamento do seu bebê, as coisas que ele gosta, como ele costuma dormir, etc.

 

Situação nr. 02 – Você decide contratar uma babá

A decisão de contratar uma babá nem sempre é fácil, mas costuma deixar muitas mães tranquilas pelo fato de o bebê ficar na própria casa. Se esse for o seu caso, contrate a babá enquanto você ainda está de licença, assim o bebê vai se acostumando e ganhando confiança nela com você por perto. Além do mais, você terá um tempo para ir avaliando o seu trabalho e decidir se ela é boa para o seu bebê.

O tempo que ela ficará com o seu bebê e o que eles vão fazer juntos será previamente combinado entre você e ela. Oriente-a sobre a alimentação, sobre o sono, sobre as brincadeiras, informe se você vai permitir ou não que o bebê assista TV ou tenha acesso a um tablet ou celular.

Importante também lembrar que, independente de quem ficará com o bebê, a casa deve ser segura – proteja seu bebê colocando protetores de quinas, travas para gavetas, redes de proteção em janelas e sacadas, etc.

 

Situação nr. 03 – O bebê vai para a creche / escolinha

Muitas mamães costumam ficar aflitas nas primeiras semanas de escolinha. Afinal, é uma grande mudança para o bebê, e ele sente isso! Mas a escolinha tem grandes vantagens, o bebê tem contato com outras crianças e adultos, ajudando-o a se socializar e a se desenvolver.

É importante que a mãe destine PELO MENOS 1 semana para a adaptação do bebê, levando-o para a escolinha somente por algumas horas, ficando lá com ele, até que ele se sinta mais confortável. Se a mãe não tiver como participar da adaptação, que seja o pai, ou outra pessoa que convive bastante com o bebê e que ele confia.

Cada criança reagirá de um jeito, e a idade em que ela entra na escolinha também influenciará na sua adaptação.

É importante que os pais comecem a pesquisar a escolinha com MESES de antecedência, visitem o espaço, avaliem a equipe, conversem bastante com os responsáveis e tirem todas suas dúvidas. Afinal, você tem que conhecer e confiar na equipe que ficará cuidando do seu bebê.

 

Conclusão

Para mulheres que trabalham, o fim da licença-maternidade e o retorno ao trabalho representam uma grande mudança na vida dela e do bebê. Mas, mesmo que seja uma adaptação sofrível, são mudanças que podem beneficiar tanto a mãe quanto o bebê.

Procure a melhor alternativa para vocês, dentro das suas possibilidades, pesquise, se planeje, e não sinta culpa. Escolhendo bem, ao longo do tempo você ficará tranquila e o seu bebê também. É normal que o início seja um pouco conturbado, o comportamento e o sono do bebê podem sofrer mudanças, mas ao longo do tempo isso se ajusta.

Converse sempre com o seu bebê, por menor que ele seja, explique a situação, ele entendendo ou não – e muitas vezes eles entendem sem a gente saber – será melhor assim. Não minta, nem saia escondido. Diga “tchau” para ele quando for sair ou deixar ele em algum lugar.

Antes de começar essa nova etapa, faça alguns exercícios de deixá-lo com outras pessoas por algumas horas para ele se acostumar a não ficar só com você. Algumas brincadeiras podem ajudar também, antes de começar esse processo. Brincar de se esconder pode fazer o bebê entender que você sai da vista dele, mas que depois você volta.

 

O que as mães falam sobre a licença-maternidade e o retorno ao trabalho

“Voltei a trabalhar quando os meninos tinham 6 meses. Com o Jun foi mais difícil pois era o primeiro filho e eu trabalhava em outra cidade. Então foi desgastante no começo pois tirava leite para congelar , mas em questão de meses consegui mudar de local de trabalho e trabalhar perto de casa. A família e a rede de apoio são fundamentais para a mãe que retorna ao trabalho

Adriana, mãe do Jun e do Kenji

“Fiquei em licença maternidade 6 meses e 1 mês de férias. Quando retornei ao trabalho meu filho ficou metade do dia com a vovó e a outra metade na escolinha.
Ao voltar ao trabalho parecia que faltava um pedacinho de mim. Chorei bastante os primeiros dias.”

Patrícia, mamãe do Raul

“A licença maternidade foi maravilhosa, aproveitamos bastante para ter uma interação maior, levá-la nas consultas medicas e tomar vacina. Nesse tempo fizemos varios passeios em parques, algumas aulas de dança materna, sessões de cinema com o cine materna. O retorno ao trabalho foi tenso porque acabamos mandando nossa filha pra creche e ficamos com medo dela não se adaptar. Ela não aceitava mamadeira, recusava todos os tipos de bicos que a gente comprava. Mas na escolinha ela ficou 1 semana pra aceitar mamar na mamadeira. No fim deu tudo certo.”

Anônimo

 

“Voltar ao trabalho foi me permitir voltar a ter um pouco de rotina e qualidade de vida. Não devemos sentir culpa por ter prazer em atividades que não envolvam o bebê. No primeiro ano, decidimos pedir para as avós cuidarem dela, o que acho que foi uma boa decisão. No início, foi bem tranquilo. Depois de 1 mês, mais ou menos, acho que ela começou a entender. Ainda assim, ficava bem sem mim, mas quando eu voltava pra casa ela ficava super manhosa. Foi bem difícil porque o tempo que eu tinha com ela foi muito reduzido, e ao invés de ser um tempo de brincadeiras e proveitoso, era só manha. Mas passou. As noites também pioraram um pouco logo no início, depois melhoraram, depois voltaram a piorar. Cada fase tem seus desafios e a evolução muitas vezes não é linear. O importante é ajustarmos nossas expectativas.”

Mariana, mãe da Luísa

 

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