Primeiros Cuidados com o Bebê
Acho que toda mãe lembra a primeira vez que entrou com o bebê em casa. Afinal, é um momento marcante, emocionante, que muitas mães sonham. Para as mães que passaram pela experiência da UTI Neonatal, a chegada em casa com o bebê tem um significado especial. Um significado de que está tudo bem, que o bebê pôde ir pra casa. Mas mesmo com toda a alegria e novidade, os primeiros dias podem ser meio conturbados; já que aquele serzinho tão pequeno e delicado precisa de todos os melhores cuidados possíveis e os novos pais ainda estão aprendendo.
Vamos tentar ajudar as mães e pais de primeira viagem listando alguns cuidados básicos para os primeiros dias em casa com o bebê.
1. Alimentação
Um dos pontos de atenção mais importantes é a alimentação. Nos primeiros meses de vida, o bebê deve se alimentar do leite E SÓ! Leite materno exclusivo, de preferência. Se for preciso, complementar com fórmula indicada pelo pediatra. Não oferecer água, chá, suco… absolutamente NADA além do leite. O sistema digestivo do bebê ainda está em formação e, qualquer alimento que não seja apropriado pode ser prejudicial para ele.
No primeiro mês de vida, a amamentação deve ser sob demanda. Lembre-se de sempre lavar as mãos antes de amamentar.
No máximo 10 dias após o nascimento, o bebê deve ter um acompanhamento do seu pediatra, para avaliar o estado de saúde geral e o ganho de peso. As consultas no pediatra no início devem ter intervalo máximo de 1 mês.
2. Troca de fraldas
A fralda deve ser trocada no máximo a cada 3 horas nos primeiros dias, ou sempre que houver xixi ou cocô. O xixi e o cocô que ficam na fralda podem acabar irritando a pele do bebê, que é bem sensível. Para a troca de fraldas, é recomendável ter sempre à mão: Algumas fraldas extras (pois o bebê pode fazer o xixi ou cocô no meio da troca), bastante algodão e um potinho com água morna. Você pode optar por deixar uma garrafa térmica ao lado do trocador para manter a água numa temperatura agradável.
Lave as mãos toda vez, antes e depois da troca. Faça a limpeza da região íntima toda vez que for trocar a fralda, com um algodão limpo umedecido na água morna. Não dobre nem reutilize o algodão, use pedaços de algodão do tamanho adequado para 1 passada. Passou uma vez, joga fora. Faça sempre a limpeza da frente para trás. Nos meninos, a limpeza do pênis deve ser feita também com algodão, no sentido do corpo para fora. Limpe bem toda a região e seque, retirando o excesso de umidade, inclusive das “dobrinhas”.
Verifique com o pediatra a respeito do uso de pomada para assaduras. Há quem use a cada troca, há quem use apenas para a noite e também tem quem não use a pomada de forma preventiva.
3. Cuidado com o cordão umbilical.
Até o final da segunda ou terceira semana de vida do bebê, ele ficará ainda com o “toco” do cordão umbilical, que é um pedaço de pele morta, mas que deve cair sozinho para garantir que a pele embaixo cicatrize totalmente e não infeccione.
Para garantir a limpeza e higiene do cordão umbilical, pegue um cotonete limpo, encharque com álcool 70%, e passe delicadamente pela extensão e ao redor da base do cordão. Tome um cuidado especial com a base, onde é mais comum o acúmulo de resíduos. Mas evite pressionar o cordão durante a limpeza para que ele não caia antes da hora. Repita esse procedimento a cada troca de fraldas.
4. Banho
Os primeiros banhos do bebê devem ser feitos com muito cuidado, independente de se usar uma banheira ou o chuveiro. O rosto do bebê, que ainda é muito sensível, deve ser limpo somente com um algodão úmido. Passe de leve um algodão ou cotonete nas orelhas e no nariz. Passe um algodão limpo umedecido em cada olho, na direção de fora para dentro.
Para limpeza do corpo e do couro cabeludo, pode ser usado sabonete infantil – veja que seja um produto apropriado para recém-nascidos – e o mais suave possível. Evite perfumes, ou produtos com muitos componentes. Consulte o pediatra sobre a marca mais indicada. Mas use uma quantidade mínima de sabonete – passe um pouco na sua mão, esfregue-a com água, e tente aproveitar esse tanto para cobrir uma boa área do corpo do bebê.
Segure firmemente o bebê com um braço e use o outro para jogar água em cima do bebê. Não deixe cair a água direto do chuveiro no rosto do bebê. Nos primeiros dias, principalmente se estiver frio, pode ser melhor lavar o cabelo do bebê primeiro, em cima da banheira ou pia, enquanto ele ainda está com a roupinha, para evitar que ele sinta frio. Depois de lavar a cabeça, você tira a roupinha e lava o corpinho. Quando acabar, o envolva rapidamente em uma toalha limpa de algodão. Seque-o bem.
A temperatura da água deve ser morna – muito cuidado para não esquentar demais e queimar a pele do bebê. Para limpar as costas do bebê, vire-o de bruços – muito cuidado se estiver usando uma banheira, olhe O TEMPO TODO para a cabeça do bebê para garantir que ela está fora da água. Pode parecer trivial, mas acidentes desse tipo são muito comuns.
5. Troca de roupa
A roupinha do bebê deve ser trocada no máximo uma vez por dia, mas sempre que houver vazamento de xixi ou cocô. Mesmo que não haja vazamento, sempre lave a roupinha usada pois ela pode estar suada. Use somente roupas confortáveis, preferencialmente de algodão. Procure sentir a temperatura do bebê, para ver se está com frio ou calor, mas não sobrecarregue na quantidade de roupas. O parâmetro mais indicado é replicar a mesma quantidade de camadas que você está usando. Superaquecer o bebê pode ser perigoso, além de ser prejudicial para a pele dele.
Sobre as roupinhas de bebê
As principais roupinhas que você deve ter à disposição para o bebê recém-nascido são bodys, macacões, calças e meias. Evite usar luvas no bebê para que ele possa ir aprendendo o toque e explorando o tato. Sapatos para recém-nascidos são inúteis a não ser numa ocasião que você queira vestí-lo para um evento. Sempre que vestir seu bebê, acesse sua temperatura, para observar se está confortável. Se ele estiver suando, retire uma camada.
6. Medicação
JAMAIS auto medique seu bebê, qualquer medicação deve ser administrada somente em caso de muita necessidade, e SOMENTE se indicada pelo pediatra responsável. Se achar que o bebê está com cólicas, o que você pode fazer por conta própria é fazer uma massagem nele, exercitar as perninhas, como o movimento de ‘bicicleta’, ou no máximo, colocar um saquinho ou paninho quente na barriga para aliviar.
7. Refluxo
Alguns bebês têm bastante refluxo, outros nem tanto. Para evitar o refluxo (e também os gases), após cada mamada, segure o bebê na posição vertical por até 20 minutos, ou até sentir o bebê arrotar. Dar alguns tapinhas bem leves nas costas dele pode ajudar também. Se o refluxo foi muito forte ou persistir mesmo com esse protocolo, consulte o pediatra.
8. Sono
Nos primeiros dias de vida, o bebê dorme muitas horas por dia e não diferencia muito a noite do dia. Portanto, não é necessário colocar um pijama para cada vez que ele for dormir. Mas procure deixá-lo sempre com uma roupinha confortável, tanto para a hora do soninho, como para os outros momentos.
Em algumas situações, por exemplo, em dias muito frios, pode ser melhor investir em um aquecedor ou climatizador, para aquecer o ambiente, ao invés de carregar demais na roupa do bebê. Uma vantagem é que o aquecedor ou climatizador você pode ir regulando a temperatura, e desligar se for preciso. Enquanto que a roupinha você não vai ficar trocando o tempo todo. Lembre-se de que não é recomendado o uso de lençóis, cobertores, travesseiros, ou qualquer objeto solto no berço nos primeiros meses de vida do bebê.
A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) recomenda que, por segurança, o bebê durma no mesmo quarto dos pais nos primeiros meses. Principalmente nos primeiros dias, você vai querer monitorar o seu bebê dormindo, sua respiração, então o melhor a fazer é colocá-lo num moisés ou mini berço no seu quarto, até que possa ser feita a transição para o quarto dele. Nos primeiros meses, por segurança, o bebê deve ser colocado para dormir sempre de barriga para cima.
9. Comportamento
Tenha em mente que o comportamento do bebê nos primeiros dias é 100% regido pelas suas necessidades fisiológicas. Em primeiro lugar, ele estava acostumado com um lugar apertadinho, quentinho e monótono, e de repente sai num mundo cheio de cores, luzes e vibrações. Evite muitas visitas, evite superestimulá-lo, já que o menor dos estímulos já é muito para o recém-nascido. O que ele mais precisa é de conforto, é sentir-se acolhido, e conseguir dormir e mamar com tranquilidade. Não tenha receio de pegá-lo muito no colo, ele precisa disso.
Você pode não sentir o vínculo esperado no primeiro mês de vida, isso é porque o bebê ainda nem sabe quem ele é, muito menos quem são as pessoas ao redor dele. Ele vai chorar – pois é a única forma que ele tem de se manifestar – nem sempre significa que ele está sofrendo. Mas se o bebê chorar, esteja lá para acalmá-lo. Se você não puder estar naquele momento (afinal você também precisa de algum descanso), peça para o pai ou alguma outra pessoa dividir esse trabalho com você.
Muitos bebês choram de cansaço, pois eles nem sempre conseguem dormir sozinhos, precisam de algum estímulo. Por isso, ajude-o a pegar no sono no início. Se não for esse o problema, nem frio ou calor, ou fralda suja, você pode dar de mamar, já que a sucção funciona muito bem para acalmar o bebê. Amamentação, além de alimentação, é uma grande forma de acalento. Uma outra opção é o uso da chupeta, mas que é uma opção de cada família. Leia sobre vantagens e desvantagens da chupeta aqui.
Considerações finais
Os primeiros dias de vida do bebê em casa podem ser angustiantes, especialmente para pais de primeira viagem. A respiração do bebê é diferente, o comportamento é único, e ele não sabe falar o que ele quer. Muitas vezes, nem ele mesmo sabe o que quer. São muitas dúvidas e inseguranças, que fazem com que os dias não passem nada rápido como muita gente diz. Mas eles passam. E quando você menos esperar, essa fase passou e você nem vai lembrar o porquê você achou tão difícil. E por mais difícil que tenha sido, é provável que você sinta saudades depois.
Ter uma rede de apoio como pais e irmãos que já tem experiência com bebês pode fazer toda a diferença. Assim como um pediatra que está disponível por telefone e whattsapp a hora que você precisar, para evitar levá-lo ao hospital por qualquer dúvida. Mas confie no seu instinto de mãe! E, se não tiver um pediatra à disposição, mas tiver dúvidas se o bebê está bem, se ele apresentar algum sinal de alerta, o melhor mesmo é leva-lo para avaliação imediata. Sempre melhor precaução de mais que de menos. E jamais subestime a importância de um acompanhamento médico. A internet pode ser uma aliada em algumas informações, mas somente um médico pode fazer uma avaliação correta de cada situação.
O que as mães falam sobre os primeiros cuidados com o bebê
“Chegar em casa com um bebê pequeno é desesperador rs. Vc não sabe nem onde colocar o bebê. Mas depois de uns dias isso passa.”
Juliana
“Quem nunca foi trocar a bebê e levou um banho de xixi. Esta fase é tudo aprendizado para os pais e o bebê. “
Camila Navarro
“1ª filha, mtas dúvidas.”
Anônimo
“É importante buscar conhecimento nesse quesito, mas a prática é outra coisa. Tive ajuda pro banho nos 2 primeiros dias, mas no terceiro dia em casa, estava sozinha com minha bebê, ela estava no colo e fez cocô que vazou, e sujou a roupa dela, a minha, tudo. Não era possível esperar alguém, tive que ir rápido dar banho nela. Foi engraçado ter que tirar minha roupa sem me sujar inteira, pois eu não conseguiria tomar banho naquele momento. No final deu certo. Além do conhecimento, siga seus instintos também.”
Natália, mãe da Lorena
“Meu maior receio era o banho, fiquei com medo de machucar, afogar o bebê, mas foi tudo bem. O mais difícil foram as cólicas…meu bebê teve muita e foi de 23-25 dias até os 3 meses, chorando manhã e noite todo dia. Foi um período bemmm difícil.”
Anônimo
“Meu bebê quando nasceu, nasceu prematuro e precisou ficar uns dias na UTI neonatal, então viemos embora para casa… depois de uma semana… a ficha foi caindo, e os cuidados… e o choro de uma cólica… mas graças a Deus passou… mas teve cólica até os 3 meses… mas até 00:30… passava… dormia bem na madrugada.”
Cassia, mãe do Rômulo
“Totalmente desafiador, principalmente no primeiro filho.”
Silvana, mãe da Mariana e da Maria Carolina
“No primeiro dia com ela em casa, ela começou com uma respiração mais ofegante e nos deixou desesperados. Depois voltou ao normal, foi muito bom ter uma médica que nos atendia e respondia na hora que precisávamos. O resto foi tranquilo, ajudou o fato de meu marido dividir todas as tarefas, e de ter minha mãe por perto nas primeiras semanas.
Mariana, mãe da Luísa
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